Como fazer melhores perguntas

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Mais uma reunião de orientação com o seu supervisor e você, de novo, está vagueando entre ideias sem saber perguntar sobre as suas dúvidas. Você começou a esboçar um novo artigo e tudo o que vem à sua cabeça é: “O que você achou?”. Todos nós já vivenciamos uma situação assim. Mas, depois de receber feedbacks vagos, você também se dar conta que suas próprias perguntas precisam parar de ser vagas. Ter estratégias para fazer boas perguntas vai melhorar 100% os seus relacionamentos acadêmicos, e é sobre isso que vamos conversar nesse post.
 
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Imagem autoral.

Onde você quer chegar com as suas perguntas?

As palavras que você escolhe têm um peso, porque cada palavra carrega o seu próprio significado. Mas, escolher as palavras para as suas perguntas é muito mais difícil do que parece.
 
Antes de tudo, você precisa olhar para si mesmo e se perguntar: quais objetivos eu tenho com as minhas perguntas? Qual resultado eu quero atingir? A resposta dessas perguntas vem à medida que você analisa o que está te travando.
 
É a clareza sobre as suas maiores dificuldades que te trará clareza sobre as suas perguntas.

Colocando no papel:

Escreva em um papel as suas circunstâncias atuais:
  • O que está te incomodando?
  • O que está travando as suas principais atividades?
Ao responder a essas perguntas, você terá um melhor direcionamento.

Se prepare antes das reuniões

Demonstre que você se preocupa com o tempo. Para isso, prepare uma pauta da reunião com as perguntas pensadas e que mostrem um investimento na sua jornada de pesquisa. Esse é o caminho para você usar a sua autoanálise como uma ferramenta para o seu progresso.

Preparando a pauta:

  1. Revise as anotações de reuniões anteriores;
  1. Selecione perguntas em ordem de prioridade;
  1. Crie um calendário para agendar acompanhamentos.
 
Esse tipo de abordagem te transforma em um verdadeiro profissional em formação, contribuindo para uma dinâmica de relacionamento positivo com o seu supervisor. E, claro, te fazendo ter objetivos e pensamentos muito mais claros e organizados.

Seja específico sobre o que você precisa

Algumas perguntas colocam muitas respostas em jogo (ou até uma resposta muito ampla, que não oferece clareza). Você precisa de perguntas que ajudem em uma tomada de decisão real.
 
Em vez de perguntar ao seu supervisor: “O que você achou do meu texto?”, pergunte: “Você poderia realizar uma revisão da página 20 a 25, em que discuto minha metodologia? Estou com dificuldade em entender se o tamanho da minha amostre é suficiente.
Seu supervisor não tem apenas você para orientar. Por isso, tente ser o mais funcional e útil possível.
 
Antes de fazer qualquer pergunta, se certifique:
  • Estou perguntando sobre um aspecto específico (metodologia, referencial teórico)?
  • Qual a seção específica em que preciso de feedback?
  • Como posso explicar por que estou inseguro sobre esse aspecto específico?
 
Quanto mais você aprimora a sua habilidade de fazer perguntas específicas, mais você permite um feedback focado e que trará mais clareza sobre como resolver a sua dificuldade. Além disso, você demonstra mais autonomia e pensamento crítico sobre seu próprio trabalho. Isso é essencial mais aperfeiçoar a sua relação com o seu supervisor.

Crie relações acadêmicas funcionais para você

Como você já sabe: seu supervisor não tem todo o tempo do mundo. Pelo contrário, seu tempo é totalmente desproporcional para a quantidade de orientandos que ele possui. Dessa forma, quando você faz perguntas bem pensadas e formuladas, você demonstra respeito pelo tempo e experiência dele. Esse é o caminho para construir um relacionamento mais colaborativo.
 
Quando você se mostra preparado e engajado com a sua trajetória acadêmica, é provável que seu supervisor retribua mais investimento no seu sucesso.
 
Você só deve melhorar as suas perguntas se quiser:
  • Mais feedbacks do seu supervisor;
  • Mais conexões acadêmicas;
  • Mais confiança para enfrentar desafios acadêmicos;
  • Melhorar a qualidade dos feedbacks que recebe.
 
Por isso, antes de enviar o próximo e-mail ou ir para a próxima reunião com seu grupo de pesquisa, se pergunte: “Essa pergunta mostra que fiz a minha parte do trabalho?”.
 
Quando você cria boas perguntas, você atrai melhores respostas. Estas, irão te dar ainda mais clareza para fazer perguntas melhores. São processos que se retroalimentam.
Pense na própria ciência: o objetivo dela nunca foi apresentar uma resposta absoluta, mas explorar da melhor forma possível. Assim também é com as perguntas e respostas que você elabora na sua trajetória acadêmica: elas vão afiar o seu pensamento.
 
Experimenta e depois nos conta como foi.
 
Até o próximo post! 👋🏻