Table of Contents
Você está prestes a entrar no mestrado, e seu primeiro pensamento é: e agora? Eu vou ter que conviver com um tema de pesquisa por um bom tempo. Como eu escolho algo que eu realmente goste? Certamente, essa pergunta desperta um misto de empolgação e preocupação.
A escolha de um tema muitas vezes vira um impasse, porque você precisa equilibrar três fatores:
- O que você gosta;
- O que é relevante na sua área;
- O que é viável dentro do tempo e recursos disponíveis.
Foto tirada por Marília Marinho.
…
1. Comece pelo que te intriga
Se pergunte: sobre quais tópicos tenho genuinamente curiosidade e por que eles despertam minha paixão?
Faça um passeio pelos seus pensamentos, reflita sobre assuntos da sua área que te deixam motivado(a). Em seguida, faça uma lista livre de ideias, sem censura. Essas ideias podem vir de uma aula marcante que você assistiu na graduação, um livro que você leu, um episódio de podcast que ouviu enquanto ia para o trabalho ou até de uma experiência pessoal.
Não siga tendências a menos que elas realmente te empolguem. Lembre-se: você irá trabalhar com esse tema por um bom tempo. É necessário que haja uma combinação entre relevância e afeição.
2. Leia pesquisas atuais
Agora que você anotou todos os tópicos que te despertam o desejo de entender mais, é hora de investigar o contexto acadêmico.
Como fazer isso?
- Pesquise periódicos, artigos científicos e trabalhos de conferências recentes. Saiba o que está em alta e o que não está. Entenda o que está sendo publicado.
- Identifique lacunas. Descubram onde as coisas não se conectam.
- Evite duplicar trabalhos já existentes. Entenda o que já foi feito e como.
Se pergunte: que perguntas sem resposta ou lacunas posso descobrir que estejam alinhadas com os meus interesses?
Lacunas surjem à medida que descobrimos o que está lá e o que não está. Por isso, você precisa ler, e precisa ler muito, para entender esse cenário. Depois de ler, reserve um tempo para refletir sobre as fontes investigadas.
Explore bases de dados como Scielo, Scopus, Google Acadêmico, ou bancos de dados especializados, como PubMed.
3. Converse com o seu futuro(a) orientador(a)
É interessante que você atrele a jornada dessa pessoa à sua.
Como fazer isso?
- Agende uma reunião.
- Seja honesto sobre os seus pensamentos.
- Esteja receptivo às sugestões.
Se pergunte: como a experiência do meu orientador pode me ajudar a aprimorar minha ideia de pesquisa?
Seu orientador pode conhecer bastante a sua área, mas também ter um forte interesse em explorar áreas que gerem financiamento ou apoio para todo o seu grupo de pesquisa. Portanto, é importante encontrar elementos que alinhe bem esses aspectos.
4. Verifique o que é possível
Você pode se encantar por temas muito amplos, e eles não caberem em um projeto só. Por isso, você precisa encontrar um recorte específico que mantenha o que te interessa vivo.
Como fazer isso?
- Avalie as ferramentas e equipamentos disponíveis. Você precisa de um supercomputador ou apenas de uma calculadora?
- Considere o cronograma do seu programa. Você está trabalhando em colaboração com outros alunos de pós-graduação?
- Se certifique de que o tema seja prático e realizável. Converse com membros experientes do laboratório para ter uma ideia da viabilidade do projeto.
Se pergunte: tenho os recursos e o tempo necessários para concluir essa pesquisa?
5. Garanta a originalidade
Lembre-se: você quer algo diferente, mas que também se baseie em trabalhos já existentes.
Como fazer isso?
- Verifique se o seu tópico oferece uma nova perspectiva.
- Considere como o seu trabalho pode promover o conhecimento ou a prática.
- Evite tópicos saturados, a menos que você tenha uma abordagem inovadora.
Se pergunte: que contribuição única minha pesquisa dará ao campo?
Você não precisa reinventar a roda. Às vezes, dar uma nova cara a algo já existente é suficiente para causar impacto.
6. Explore ferramentas de IA
Ferramentas de IA podem ajudar bastante a encontrar e refinar tópicos de pesquisa. Porém, é importante lembrar que a tecnologia deve ser apenas uma assistente — use-a para aprimorar seu processo, e não para substituir seus raciocínios.
Como fazer isso?
- Geração de ideias. Use ferramentas como Perplexity AI para fazer brainstorming de tópicos e explorar insights.
- Busca bibliográfica. Use Consensus ou SciSpace para explorar um primeiro conjunto de artigos relevantes. Depois, se aprofunde.
Se pergunte: como usar efetivamente ferramentas de IA para descobrir e refinar meu tópico de pesquisa?
…
Escolher um tema de pesquisa pode ser difícil. Você precisa se arriscar. Mas, não se esqueça de escolher um tema que não só agregue valor à sua área, mas desperte a sua paixão. Se mantenha curioso(a) durante todo o processo.
Como escolher um tema de pesquisa certo para você:
✅ Faça uma lista dos seus interesses: reserve um momento para anotar tudo o que lhe interessa na sua área;
✅ Mergulhe na literatura: reserve algumas horas para ler pesquisas recentes. Anote lacunas e ângulos interessantes;
✅ Consulte seu orientador: marque uma reunião. Vá preparado com suas ideias e perguntas;
✅ Verifique a realidade: liste os recursos que você tem e aqueles de que pode precisar;
✅ Verifique a originalidade: garanta que sua ideia não foi exagerada;
✅ Use ferramentas de IA: use-as para refinar o seu tema de pesquisa.
👋🏻 Até o próximo post!
MM
Marília Marinho
View Profile
Muito prazer! Sou Marília Marinho, uma pesquisadora pernambucana.
Sou graduada em licenciatura em Química (UFPE) e mestra em Educação em Ciências (UFPE). Atualmente, faço doutorado em Ensino (UFRPE), investigando o papel da imaginação na aprendizagem de conceitos científicos.
Apaixonada por pesquisa científica, compartilho nesse blog um pouco do que aprendi como pesquisadora nos últimos anos. Vamos juntos?
TV
Thiago Vidotto
View Profile
Muito prazer! Me chamo Thiago Vidotto, CEO da Word Aid.
Sou biólogo (UEL), mestre em psicobiologia (USP) e doutor em genética (USP). Fiz parte do meu doutorado no Canadá (Queen’s University) e pós-doutorado no Hospital Johns Hopkins em Baltimore (EUA), onde hoje atuo como bioinformata. Já publiquei dezenas de artigos de alto impacto nas áreas de biologia molecular, genética, bioinformática e patologia do câncer.
Pelo Instagram, ajudo mais de 100 mil pessoas em suas carreiras acadêmicas e profissionais.